Eu vejo o futuro repetir o passado.
Eu vejo um museu de grandes novidades.
O tempo não para. Não para não, não para. Cazuza

O tempo é tratado de diferentes formas, o tempo do relógio, dos segundos após segundos, o tempo mensurável usado pela física que nos permite medir velocidade ou espaço. O seu conceito é extremamente amplo, complexo e multidisciplinar, a intenção do artigo é provocar reflexões de como usamos nosso tempo.

A existência objetiva do tempo sempre foi uma questão para filósofos e cientistas, mas também para o homem comum que é habituado a organizar suas atividades de acordo com ciclos e intervalos.
Na filosofia, segundo Kant, o tempo assim como o espaço, é algo anterior a qualquer percepção que temos das outras coisas. Porém, para Husserl, o tempo é uma questão de percepção, consciência. Ele é definido pela forma como percebemos as coisas, e não pelo relógio. Você pode viver muito tempo em um momento mínimo, ou nada, em um momento enorme.

Então nos perguntamos, o tempo é perceptível e mensurável, quem pode distingui-lo e contar? É uma atividade somente espiritual, ou subsiste fisicamente por si mesmo? São questões nascidas desde a Antiguidade e que ainda hoje permanecem. Você já teve essas dúvidas?

Pedro Paulo Monteiro em seu livro – O tempo não tem idade, diz que só compreenderemos nosso próprio tempo quando refletirmos sobre ele. Enquanto estivermos distraídos, continuaremos a fazer escolhas que nos roubam o pouco do tempo que temos por estarmos juntos à nós mesmos. Por ele o tempo é abstração, ele faz parte da consciência individual e então não pode ser medido e nem tampouco quantificado, ele simplesmente é.
O tempo que provoca angústia é o cronológico. Se deixarmos as medidas do relógio, o tempo será diferente, focaremos nas reais necessidades e seremos senhores do próprio tempo.

Hora ou outra nos deparamos pensando ou dizendo que o tempo passa rápido, e ou devagar demais, que tempo de ser feliz já passou ou não chega nunca, que estamos perdendo tempo o que isso não pode ocorrer, porque tempo é dinheiro. São pensamentos que nos produzem angústia, ansiedade, culpa e tristeza. Como se pudéssemos e devêssemos controlar o tempo.

– Você está correndo contra o tempo ou aproveitando o tempo que tem?

Precisamos ter cuidado com as armadilhas que o dia a dia nos apresenta. A angústia pelo que já passou nos conecta com o passado. A ansiedade pelo que esta por vir nos conecta com o futuro. Ambos nos tiram da única conexão real com o tempo, a única que ele respeita: a presença.

Só no presente nos relacionamos com o tempo sem precisar correr ou lamenta. Fluindo com o tempo, aproveitando o que a vida nos dá. A vida, ou tempo, é finita. Vamos otimizar, economizar, selecionar onde e como usaremos nosso tempo, e por consequência, como vivemos nossa vida.

A ideia, portanto, não é correr, mas saber escolher onde dedicar o tempo. Sabendo de tudo isso fica a reflexão:

⦁ Como você cuida do seu tempo?
⦁ Como você cuida da sua vida?

Livros:- Uma base histórica do tempo. Stephen Howking
⦁ O que é tempo? G.J Whitrow
⦁ O tempo não tem idade. Pedro Paulo Monteiro
⦁ Dá um tempo! Izabel Camargo
Rosemary Lomelino.